quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Solidão

 
 
Toulouse
Retrato de Vincent van Gogh (1887)
 
 
              Fazia algum tempo que não escrevia, me faltava inspiração. Andei cansada, calada, porém, menos sozinha do que as protagonistas depressivas de algumas séries de tv. Todavia, sozinha o suficiente para pensar em algumas coisas que só pensamos quando estamos sozinhos. Assim, estes momentos de solidão me permitiram catalogar as diferentes percepções que a solidão propicia.
           O início é marcado pela tristeza, como se um grande e volumoso cinza permanecesse sobre sua cabeça, afundando todo seu corpo no chão.  Talvez seja esta fase inicial a mais dolorosa. Nesta fase também se pode mensurar o valor daquilo que compõem o não ser só. Depois vem a elaboração. Neste período se pode avaliar “como é ser só”, mesmo estando cercado de muitos outros. Por fim, a aceitação da solidão. Ao meu ver, das fases a mais encantadora e também perigosa. Nela a gente aprende a ser sozinho e descobre que ficar sozinho também é bom. Porque na solidão a gente se encontra.
           
 
 

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